sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
O AI-5 CONTINUA VALENDO
No dia 13 de dezembro de 1968, sentindo que poderia perder o controle da situação, o chamado “núcleo duro” no poder desde 31 de março de 1964 baixou o que viria a se tornar o Ato Institucional Nº 5, em que as cassações de mandato e prisões sem ordem judicial se tornaram comuns. Assim foi que, poucas horas depois de baixado o famigerado AI-5, o então vice-prefeito Ruyter Poubel (foto)foi preso e levado para o quartel da Polícia do Exército, onde ficou incomunicável por 10 dias apenas pela ousadia de elaborar um manifesto, tornado público pelos grandes jornais do Rio, pedindo a manutenção das eleições diretas para prefeito de Duque de Caxias, suspensas por conta da lei que criou as “áreas de segurança nacional” sob o pretexto de que haveria risco para a REDUC se fosse eleito um prefeito hostil ao Governo Federal, como ocorrera em 1966, com a eleição da chapa Moacyr do Carmo-Ruyter Poubel pelo então MDB.
A expulsão do fotógrafo George Fant do palanque onde estava o governador Sérgio Cabral, na Praça do Pacificador, em companhia do prefeito Zito, é uma prova incontestável de que a truculência do AI-5 continua viva, apesar das garantias da Constituição Federal de 1988. E a censura prévia imposta ao jornal “O Estado de São Paulo”, impedido pela Justiça de publicar qualquer fato envolvendo um dos filhos do senador José Sarney, presidente do Senado, é uma prova irrefutável de que caminhamos céleres em direção ao “Estado Novo”, pois, além da censura prévia à Imprensa, os poderosos de plantão também investem contra os jornalistas, cujos empregos ficam diretamente subordinados aos interesses imediatos dos ocupantes de Palácios como Planalto ou Guanabara. Com isso, respeitados e respeitáveis jornalistas, com longas folhas de serviço em favor da informação e da liberdade de opinião, vêm sendo afastados sem que a opinião publica seja ouvida, ou reaja. Caminhamos para o obscurantismo de 1964. Só falta, agora, a TFP (Tradição, Família e Propriedade) promover uma nova “Passeata da Família” e Lula oficializar o AI-6.
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